2010-02-01

noite.

peito cálido, pela branca e macia, olhos verdes num rosto nu. você finge me enganar mas não engana, apenas brinca, joga, retrai, contrai, distrai e contorce o que eu vejo. o que eu sinto. o que eu toco. sua mão áspera, seu cabelo sedoso, seu pele lisa. morta. tremula. você é um indecente. um pervertido. um maluco. o meu maníaco. meu príncipe encantado assassino. me mata, corta minha garganta, arranca meus olhos, coloca meu coração em um vidro de palmito ou azeitonas, você é quem sabe. guarda meu peito na tua geladeira. junto com o meu amor. com o meu maior amor. minha vida de tirar você do mundo e guardar você na minha gaveta. vou privar você de mim. te fazer sofrer. te fazer sangrar por dentro, por fora, por completo. vou fazer você cortar seus pulsos em glória, por mim. vou me privar de você e morrer sozinha em um beco. morrer sozinha bebada de uísque barato e alguma droga, katamina, codeína, qualquer coisa que me faça morrer. que me faça calar. sua boca sangue. seus lábios rubi. agora não há nada. curioso. estamos mortos e vivos, zumbis amantes de mentiras fracas, corpos caídos sem respiração, almas destroçadas sem oxigenio. mas ainda nos resta amar. acho que eu fiz um triangulo amoroso : eu, você e a nossa loucura. pena que ela nos matou antes de descobrirmos que nos amavamos.