2012-12-12

warning about being in love.

Have you ever been in love? Horrible isn’t it? It makes you so vulnerable. It opens your chest and it opens up your heart and it means that someone can get inside you and mess you up. You build up all these defenses, you build up a whole suit of armor, so that nothing can hurt you, then one stupid person, no different from any other stupid person, wanders into your stupid life… You give them a piece of you. They didn’t ask for it. They did something dumb one day, like kiss you or smile at you, and then your life isn’t your own anymore. Love takes hostages. It gets inside you. It eats you out and leaves you crying in the darkness, so simple a phrase like ‘maybe we should be just friends’ turns into a glass splinter working its way into your heart. It hurts. Not just in the imagination. Not just in the mind. It’s a soul-hurt, a real gets-inside-you-and-rips-you-apart pain. I hate love.
Neil Gaiman

2012-12-04

. não me diga adeus

Se tenho uma certeza agora, é de que o amor é cruel. Eu te vi uma última vez e todo aquele sentimento infinito que considerei findado, voltou. Meu coração se transformou num tambor e minhas mãos tremiam sem controle, suei tanto que tive de ligar o maldito ar-condicionado. Me odiei por instantes, só por ter aceitado sua ligação. Me odiei por uma hora ou duas, só por ter chorado um bocado, até enfim adormecer na paz do esquecimento. Me odeio até agora, por ter me odiado tanto assim. Não fez diferença alguma, fez? Não mudamos os nossos destinos, não é mesmo? Eu não mudei minhas escolhas, e nem vou. Mas você me olhava ali, através da tela do computador, como se ainda fosse cedo. Mesmo sabendo que era tarde, mesmo sabendo da minha escolha consciente, inconscientemente você me dizia: “ainda é cedo, fica”. Ainda é cedo para quem não sofreu a ausência no inverno de São Paulo. Ainda é cedo para quem não ouviu o mundo questionar suas lágrimas de saudade. Ainda é cedo para quem não se sentiu incompreendida, sozinha, desamparada e partida. Mas já é tarde para quem escolheu ir. Então, se eu ainda posso te fazer um pedido, enquanto você continua repetindo que “nada mudou”, peço que não me diga adeus. Sei que a conversa foi até razoável, morna, rasa, suscetível ao justificável descaso da minha parte, mas, ainda assim, havia carinho em nossas palavras. Esperança nas suas, um leve amargor nas minhas. Sei que te espantou a minha súbita falta de interesse na sua vida, é que você – de repente – não faz mais parte da minha. Muito embora eu tenha me alegrado demais com suas novidades recentes, ali, no momento em que você me lembrou do sonho que compartilhamos, eu já não lembrava o sentimento que me fez acreditar que aquilo era possível. Eu já não lembrava como tinha sido bom, sonhar com você. Eu já não me lembrava de nada sobre o que era sofrer esse amor cafajeste, esse amor sem chances de vitória, esse amor cruel e malvado, que tanto fodeu e machucou e dilacerou minha vida nos últimos quatro meses. Eu já não lembrava porque fiz curativos nessas feridas. Eu já não lembrava porque outros “alguéns” estão cuidando de mim agora. Então eu reli todas as cartas que te escrevi e as que você me escreveu de volta, abri aquela caixa que escondi no fundo do peito, revirei o poço escuro e assombrado onde mantive nossas lembranças guardadas para não me machucar mais, para não me afogar de novo. E, finalmente, depois de ter visto tudo, relembrado tudo, as lágrimas perderam o sentido. E não havia mais nada a te dizer, nada a compartilhar como antes. Eu ainda recordo do que foi bom, eu juro, mas sabe quando você olha um álbum de infância e relembra de como era bom andar de patins no parque e estatelar os joelhos no asfalto? Sabe quando, nesse mesmo álbum, você revê todas aquelas pessoas que você jurou amizade eterna mas não reencontra há anos? Sabe quando você se lembra de como era gostoso dormir até tarde, assistir filmes aleatórios na tevê e comer uma lata inteira de leite condensado? Então, tudo isso é deliciosamente bom e nostálgico, até um pouco melancólico, dependendo de como você encara as lembranças, mas é só. Provavelmente você não vai fazer de novo nada dessas coisas. E se fizer, será em outro cenário, outros personagens, criando outras histórias. Porque você sabe que é bom, mas o tempo disso ficou para trás. É mais gostoso lembrar, do que reviver isso tudo. Então não me diga adeus.  Eu já tinha guardado tudo, lembra? Eu te avisei. Você insistiu e veio me falar de coisas que eu já nem lembro mais o significado associado ao seu nome. Amor, dor, porquês, carinho, sentimento e saudade. Saudade, você veio me falar de saudade. Quando o tempo acabou, você veio me falar de saudades. E eu achei tudo lindo e lúgubre, confesso. Até um bocado bucólico, se assim posso dizer. Mas agora eu só tenho a mim mesma, e eu que decidi pela partida, então me deixe, não me ligue mais, não quero que essa caixa volte a ocupar minha prateleira agora vazia. Essa saudade vai ser boa, mas de longe. Me deixe ir. Me deixe manter minha sanidade enquanto ainda posso. Não me machuque mais, tenha compaixão em nome do que vivemos. Faça como eu fiz: não me diga adeus, apenas vá.