2010-09-07

turn back.

o retorno é sempre difícil. é um fardo pesado e que envolve perguntas, culpas, incertezas, dor. é necessário até o ponto que sujeito suporta. até o ponto em que a cruz é demasiadamente pesada e a dor se mistura à angústia. mas é preciso voltar. é preciso olhar para trás e encher os pulmões de ar novamente. dizer: eu não sei se poderei, mas posso. não sei de conseguirei, mas consigo. e esquecer o futuro. e o passado já não importa quando se vê o agora. quando o agora te diz "vem". e é tudo que o sujeito precisa para voltar a conjugar. diz a ele: vem. e ele vem. e ele pode. e ele é. faz, também, com que os outros sejam. com que os outros vivam a mesma intensidade, os mesmos padrões de antes, os mesmos estilos. as mesmas palavras. a mesma dor. o leitor é o mais importante no retorno. sua confiança é essencial para o sujeito. crer nas palavras do sujeito. apenas ler não basta. é preciso sentir a alma das palavras orantes. as vezes, cálidas. as vezes, mórbidas. quentes. úmidas. tristes. esperançosas. sempre inconstantes. e que as lê vive o sujeito com o mesmo sentimento com que foram escritas. com a mesma vida ou com a mesma morte.