2010-02-14

prefiro que se cale agora.
deixa o silêncio inebriar-te.
deixa eu te fazer sentir enquanto, em silêncio, aprecia os atos meus.
aprecia
deslumbra
ama
e depois esquece.
esquece que já fui sua
e essa boca que agora vos fala, já te alimentou
o corpo e a alma.
esquece que já foi meu também.
e passeamos pela vida como que num parque
sentamos exaustos e observamos os outros passarem
e viverem nossas oportunidades por nós.
lembro-me de ter vivido em carrosel
como fomos egoístas
eu e você
girando no carrosel
e as outras cianças olhando
famintas, pacientes, frágeis
nunca nos demos a oportunidade de olhar através
de nossas almas
de um espelho
da vida que compartilhamos
dos erros que cometemos
nos desperdiçamos tanto falando palavras desagradáveis
entoando e declamando poemas e poesias desagradáveis
acabamos por nos tornar um par
de desagradáveis.
e esse texto é tão insosso quanto a embriagação que nos tomou
somos fracos e nosso amor é impetuoso
porém não há vitaminas sufiencientes para alimentá-lo
e ele se findará.

finite.