2008-09-29

where are the reins of my life?

I DON'T KNOW

não estou apaixonada.

e isso é o que mais me dói. falar de amor quando não o sinto. recitar poemas e respirar poesias quando não tenho em mim o sentimento que as impulsiona. o tique-taquear do relógio me é romântico mais não me faz amar. os olhos cor de noite estrelada me levam a sonhar mas não a amar. as mãos quentes e úmidas, tremendo em aflição me são gentis mas, ainda assim, não me fazem amar. os cabelos cor de verão quente e ensolarado me são suaves ao toque mas não me fazem amar. e porque, meu Deus, porque falo de amor? se não o sinto, porque só sei reclamar a ele? se não o vejo, porque só penso nele? se não o encontro em ninguém, se não o sinto em nada, se não o amo, porque? se a paixão é o início, o primeiro estágio, o começo e o fim, eu deveria tê-la sentido? e porque os garotos não me interessam? porque as garotas também não? porque palavras, carinhos, beijos, nada me interessa? nada me faz senti-lo. eu quero tanto amar. eu procuro tanto. eu estou correndo atrás do amor e nem estou vendo sua sombra. nem seu cheiro de tulipas recém colhidas. nem sua loucura. e ele corre de mim. não para mim. me ensina, eu quero aprender. quero beijar apaixonadamente, quero dizer "eu te amo" com sinceridade. quero ter palpitações, pernas bambas, mãos suadas, ansiedade. quero chorar um ano inteiro de decepções em um só dia. quero viver uma novela. e se amar consome muito, imagine não amar. estou cansada da falta de sentimentos. alguém me ajude a mudar isso, por favor. neutralidade é o pior estado de espírito.

2008-09-26

aconteceu

olhava, olhava, olhava. pensava. girava os braços, corria de um lado pro outro. corria. corria o mais rápido que podia. quebrava tudo. desmoronava em lágrimas. ria até esgotar os pulmões. falava, recitava, cantava, estudava. tentava, tentava, tentava. chamava alguém (quem?), gritava, não tinha ninguém ouvindo. contava pessoas, dedos, números, moedas, postes, mentiras, sentimentos... lia. lia de tudo. classificados, bilhetes, segredos, placas de trânsito nas estradas, placas de trânsito mental, livros, agendas, editoriais, olhares, pessoas, animais, linhas. cantava músicas, pessoas, objeções, direção, sentimentos, vida, curiosidades, surpresas, morte. pintava, coloria, apagava, tudo cinza, se misturando, sem sentido, sem cor, sem alma, sem objeto, sem sujeito, sem nada. perdia o rumo, o senso, a vergonha, a cara, o pau, a vida, o escape, a casa, o ódio, a paixão, a fé. procurava, procurava, procurava. não achava nada. sabia de tudo. não entendia nada. pedia explicações. riam da sua cara. então começou a rir também. riu, riu, riu. chorou de rir. chorou. adoeceu. quase morreu. fez de conta, contou histórias, enganou (muito) e se fez de enganado. um belo dia explodiu. era feito de muita coisa, evaporou e choveu. choveu tanto, tanto, que inundou o mundo. e agora tá aí. por aí. embaralhando tudo, confundindo tudo, misturando tudo, sem nem fazer nada. quem? quem mais? o amor.

meu coração

PAROU DE FUNCIONAR!

e agora, comofas/?

2008-09-25

essa nega tá querendo.

[...]

- Você fica aí, parado, estático, me olhando como se eu tivesse a resposta. Como se eu fosse a resposta. Mas você tá enganado, cara. Eu sou a pergunta. Sou uma dúvida (in)constante. Até pra mim, sério. E, se ontem eu disse que tava louca de tão apaixonada, se eu disse que tava te amando, cara (!), desencana. Foi da boca pra fora, saca? Tava querendo te agradar. E hoje eu não tô nem na tua, não tô nem afim. Eu até tinha pensado em te ligar, mas aquele moreno apareceu e... ahh, me tirou do sério. Então, quando eu tiver com vontade, quando eu tiver com a resposta, eu te ligo ok? Mas vê se para de ficar me infernizando, me chamando de "meu amor", afagando meu cabelo e dizendo essas romanticagens "te amo, morena", "você é linda" e blablablá. Não tô mais na tua. Vê se te manca.

Essa nega tá querendo.
Contrário aos Ventos - Um conto de contos.

2008-09-24

o filme acabou

e esse silêncio é tão estarrecedor que eu preferia ter meus timpanos estourados do que presenciar essa covardia.
a falta de palavras me dói.
o que eu quero?
uma palavra sua.

veja bem, meu bem.

é tão inútil questionar as dores que só trazem inúmeros dissabores, quando o frio já se tornou inevitável e você não virá me aquecer. afinal de contas, ai é quente. é tão inútil te dizer que te amo e ver minhas palavras flutuarem pelo ar que te cerca, atravessarem seus ouvidos e saírem intactas após percorre-los. e você não as aproveita. e que mal tem em continuar insistindo? que mal tem não ver mal algum no que você me faz? é, o amor é assim mesmo e eu pensei que você entendesse ou, ao menos, soubesse. eu morro de amor várias vezes ao dia e ainda não fui enterrada porque gosto de perambular. eu suspiro quando você passa. eu conheço seus sons. estalar de dedos, tique-taque do seu relógio verde, roçar de pernas ao andar. conheço o som incofundível da tua risada.e sei tudo isso tão bem, que até me dói. então não me pergunte porque eu continuo nessa busca incessante de coisa-alguma-que-machuca ou fato-algum-que-corrói. eu amo amar você e, embora a dor seja quase que fulminante, vou continuar. eu ainda não sei por quem me apaixonei. se foi por você-humano ou se foi pelo você-sonho. se eu estiver sonhando, me acorde.