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sábado a noite e você em casa, vivendo seu tormento. uma dose de vodka em uma mão e a garrafa pela metade noutra, você finge assistir um filme ou o telejornal, arrisca um pornô após a meia-noite mas permanece na angústia. o seu telefone toca e seu corpo estremece, pensa "é ela" mas sabe que ela é grandinha, resolvida e orgulhosa demais para te ligar (ainda mais nesse horário). [...] Alice, sempre Alice. você começa a lembrar de vocês dois na varanda, sob a noite paulista chuvosa e abafada, em um janeiro febril. e nada te lembra amor. apenas prazer e noites fertéis em uma cama que nunca estava arrumada, em uma apartamento que exalava paixão. PAIXÃO, e só. você permanece esperando que ela volte, que ela ligue, que ela obedeça, que ela cresça e resolva sossegar ao seu lado mas o que ela menos quer é sossego. alcool, sexo, música e arte. arte no corpo, arte nos olhos, arte na essência e nas atitudes de Alice, artista nata. ela nasceu do prazer, no prazer morrerá. você sabe que foram feitos uma para o outro e também não foram. é uma contradição.