2010-05-06

dor, espera e fim.

Não, não vou dizer novamente como foi trágico, cômico e predestinado o nosso fim. Eu já sabia que tudo seria dessa forma, eu sabia que nosso amor não tinha jeito. Nem maneira de continuar, tampouco. E, enquanto seus olhos marejados me fitam quase que inconscientes, eu já estou arquivando as suas lembranças. Já estou me desfazendo dessa dor pois eu não posso mais. E, quando parado no farol em um dia frio e úmido, você olhar para o vidro embaçado do seu carro e se lembrar das coisas que eu escrevi, das palavras que eu te deixei, e você não mais sofrer, e você não mais pensar em ligar, eu saberei que você estará livre de mim e poderei escrever tranquila. Entenda, querido: sou das palavras de amor e só se vive amor, não vivendo-o. Só se vive o amor na perda, no pesar, na morte. No coração se estraçalhando e nas almas partidas sem semelhante. Só se vive o amor no sofrimento. E eu não escolhi o quê me foi dado, apenas aceitei. Somos pólos iguais e perfeitos, completamente compatíveis. No silêncio. Suas palavras transformaram o que havia de mágico e o que havia de encanto se quebrou. Eu descobri ser um esboço enquanto você já era a arte final. E esse foi o nosso fim. Aceita. Eu amei você; E o amor acabou.