acho engraçada a forma como as pessoas fingem e mentem a realidade em que vivem, tentando disfarçar algo com o belo. acredite, o belo pode não ser (sempre) a melhor escolha. talvez seja mais fácil a rendição, a desistência, assim economiza-se tempo e a tendência é que você passe a acreditar mais no que é e, inevitávelmente, tenha nojo de si próprio. os meus pecados estão me perseguindo, presos aos meus pés. eles sussuram abominações em meus ouvidos e tenho tido pensamentos depressivos, não sou assim. mas talvez eu seja, mas disfarce bem. sei que hoje, exatamente, hoje, seis de fevereiro de dois-mil-e-nove, eu tenho vontade de desaparecer nesse céu azul sem estrelas. é um estado tão grave que creio que me perderei antes mesmo de saber o quê me acomete. estou doente, veja bem, e o nome da doença é falta. não há sangue, não há palavras, não há sentimentos, não há nem dor. eu gostaria que sentir alguma dor para me sentir, ao menos, viva. durmo e acordo cansada, pior do que antes de me deitar. alimento-me sem apetite, mas tenho fome. é um musical épico, dramaticamente colossal. minha cabeça está pesada, pensamentos, entrando e saindo, não consigo me agarrar à nenhum. tive um pesadelo horrível essa noite. acho que estou nele ou ele está em mim, ainda. eu preciso melhorar logo. não consigo ser assim tão triste.