2008-11-07
fiquei ali sentada, olhando as pessoas que iam e voltavam. tanta gente. tudo tão cheio e eu aqui, com esse vazio no peito, na mão, na alma. com meu notebook aberto, pesquisando palavras aleatórias e encontrando significados para te contar. eu li sobre tudo, coisas banais, idiotas, mas fiz para te agradar. e, se seu vôo não tivesse se atrasado, eu estaria lá quando você chegou. mas eu estava tão cansada, eu estava... ah, exausta. fui buscar um copo de café, umas torradas, chocolates, sei lá. questão de vinte minutos. voltei e você estava lá. tanto tempo sem você. tanto tempo sem mim. eu não tinha o quê fazer. não sabia. então te abracei. você é a mais perfeita reação para as minhas ações sem sentido. te fiz derrubar o casaco no chão e te abracei. queria te abraçar para sempre. eu queria estar te abrançando até agora. e o seu perfume ficou na minha blusa de lã. e, olha só, estavámos os dois de vermelho em lã. oscar de olr te deixa misterioso, gosto desse cheiro. você me deu um beijo no pescoço. minhas pernas estremeceram. logo eu, que não sou de me render, me perdi em você. não é justo você ser tão encantador. não é justo o seu olhar me dar conforto. não é justo, eu sei. eu preciso te confessar uma coisa: penso em você antes de dormir. penso em você quando acordo e enquanto escovo meus dentes, penteio meu cabelo e tomo meu café. hoje cedo, me peguei novamente pensando em você. desde que eu descobri que você também gosta de geléia de damasco e biscoitos de maizena com nutella, fico pensando em você no meu café da manhã. peguei o seu casaco caido no chão, você me deu sua mão e eu te dei a minha. pegamos a sua mala e andamos até a saída. madrugada fria, eu caindo de sono e você ali, sentado paciente, enquanto eu passsava o destino ao taxista. seu cabelo estava bagunçado, você deve ter dormido no avião. acho que eu estou mesmo apaixonada. fiquei te esperando quatro horas e meia. mas você chegou. você veio. e continua aqui, mesmo ausente.