2008-10-28
um casulo
tranquei todas as salas e fiquei só, no corredor. abaixei-me e encolhi-me numa ação desesperada, como se pudesse entrar em mim mesma. apurei meus ouvidos para escutar as batidas do meu coração. meu corpo transmite sons, feito uma sinfonia. não sou maestro mas quero tentar. não sou músico mas quero tocar. fui me apertando, me esmagando, me pressionando contra o chão, querendo ser cada vez mais eu mesma, sem ar, sem chão, sem mundo. permaneci ali parada por um tempo, não muito, não pouco, só o suficiente. deixei de me sentir em mim. explodi. sou borboleta.