2012-11-22

eu não sei deixar o amor pra mais tarde.


deitada na minha cama as quatro da tarde de um feriado quente e chuvoso, não consegui impedir que meus pensamentos tomassem o metrô e “saltassem” na estação em que você me deixou. eu nunca te falei muito sobre mim, nunca quis que você me descobrisse assim tão frágil. e eu sou. você ainda não sabe mas eu acredito quando você diz que gosta de mim. é lindo. é doce. deitado entre lençóis, me olhando meio sonolento e dizendo: “eu gosto de você”. eu sou assim, me apego por pouco, me deixo levar por poucas e simples palavras. e eu acredito. e eu me encanto. você vai acabar percebendo – cedo ou tarde – que eu não sei ir devagar. não sei deixar acontecer. esperar não é pra mim. eu me apaixono. eu me entrego. mesmo com medo. mesmo com todo o medo do mundo – que é o medo que carrego comigo – eu me entrego. e nem era para ser assim, eu sei. eu disse que esperaria. eu disse que não faria mais isso. eu acreditei tanto tanto tanto que não iria mais me apaixonar por ninguém além de mim, que não pensaria mais em ninguém além de mim, que não viveria por mais ninguém além de mim que me afoguei nessa piscina de amor louco que criei ao meu redor. isso não existe. egoísmo é uma palavra sem significado no meu dicionário e que não existe no meu mundo. não onde eu sinto unicórnios lilases pulando no meu estômago, me bombardeando com glitter e um banho cor-de-rosa toda vez que eu te vejo. e nem tem motivo, afinal, você nem é tão carinhoso comigo. você nem me dá beijinhos na nuca. você não me abraça a metade das vezes que eu queria ser abraçada. você nem... pensando bem, tenho uns motivinhos sim. é o abraço na escada rolante. o seus elogios sinceros e simples. sua racionalidade contrastando com meu exagero quase utópico de tão romântico. é seu sotaque sacana. é sua mão segurando a minha sempre, procurando pela minha sempre, descansando na minha perna, alisando o meu cabelo, passeando no meu vestido. são seus olhos depois da transa. são seus lábios fininhos me enchendo de beijos e dúvidas. não precisa se preocupar, eu não vou te encher com as minhas bobagens. talvez você ainda não tenha notado, mas também sou tímida. não vou te dizer nada disso aqui, você que se ligue. também não se engane: não é porque te escrevi, que te amo. só estou curtindo começar tudo de novo. me encantar de novo. me deixar levar para águas desconhecidas de novo. então, se liga. eu sou assim: uma ridícula cafona boboca criança romântica. entendeu? ro-mân-ti-ca. e eu não sei deixar o amor para depois. eu não quero deixar o amor pra mais tarde.