2011-01-03

maus hábitos.

hoje assisti um filme incrível, romântico (é claro) e intenso, do jeito que gosto. quando assisto esse tipo de filme tocante, sinto como que uma vontade imensa e eterna de mudar, transformar a minha verdadeira e derradeira essência em outra, ou outras, diferentes da real e presente. sinto como se eu tivesse que ser mais poética e empregar todas as frases de Lispector e Pessoa que tenho na ponta da língua, em todos os meus diálogos cotidianos como se assim, eu te tornasse mais romântica e incapaz de qualquer forma de controle, tal qual a protagonista do filme que assisti.

eu te amo e você ama outra, mas ainda assim te amo pois não consigo te odiar por amá-la. (?)
(é possível substituir o "amar" por "querer", "odiar", ou qualquer outro verbo que se encaixe na sua situação atual).

é muito curioso esse sentimento de poder tudo e deitar-se a cama imaginando dezenas de conversas sinceramente treinadas e, simultâneamente, sutis como um ator talentoso e jovem, que ainda não se apegou a técnicas de interpretação.

pois a vida é exatamente dessa forma, feita de papéis. e enquanto me distraio de pensamentos tolos sobre um rapaz desaparecido, você pode estar lendo e admirando ou lendo e simplesmente pensando "o quê essa maluca queria com isso", ou infinitas outras combinações que não cabe a mim listar. deixo o papel para o seu inconsciente.

listo aqui, um de meus maus hábitos: prática da falta de assunto, tediosidade.