2013-12-15

ritmo, páginas e um edredom.

coloca sua mão aqui no meu peito. encosta sua alma na minha e me diz: o que você sente, cara? seu coração tá no mesmo ritmo que o meu? ainda estamos no mesmo caminho? eu queria ter mais respostas que perguntas. queria mais você: deitado no meu colo, sorrindo de lado, me puxando pra perto. queria mais nós, do jeito que caio descreveu e ainda mais, e ainda sempre. me manda uma mensagem de bom dia, só para variar meus dias que são sempre bons, desde que você veio fazer morada aqui no peito. diz que também sente minha falta, eu nunca sei se o tanto que eu sinto reflete no tanto que te digo e quero saber de você. te faço falta? as vezes faço bobagens, as vezes finjo fazer só para ter mais da sua atenção. tá ficando frio, dia após dia e, mesmo sem confessar, queria mais dos meus pés gelados tocando os seus sob o edredom. o tempo tá correndo, voando, escapando, mas só quando estou contigo, porque longe, ele se arrasta por toda a imensidão do infinito cinza de sampa. não quero pedir demais, não quero pedir o que não devo, mas confesso que quanto mais eu me escondo, mais acabo por ser tomada, invadida, levada pelo que você plantou aqui. e todos os dias ao atravessar a rua augusta, é a tua risada que eu confundo na de outros caras, é a tua mão me guiando entre a multidão que eu busco para aquecer as minhas, é a tua boca que não encontro par. e eu sinto saudades, porque nunca sei se te tenho. eu sinto saudades porque nunca sei o que virá.