2009-11-22

Sal doce

Sal doce em sua pele perfumada e branca, mergulhada em mar. Olhos vermelhos, mãos pálidas, frias, suaves. Detalhes de alguém em minha vida. Minha vida nos detalhes de alguém. Seus dedos longos percorrendo meus cabelos também molhados, desfazendo nós, fazendo nós. Diz que agora é cedo e ainda teremos o dia todo pela frente, que ainda não acabou, que a noite ainda não chegou porque eu a odeio. Amo ver o sol nascer no seu peito, incandescendo o calor do seu corpo, refugiando meu medo do fim. Amo ver o sol raiar nos seus olhos cor de terra e castanhas frescas, recém colhidas, sempre úmidas. Odeio a noite e o escuro. Odeio ter que dormir quando poderia aproveitar a vida que criamos para nós. Enquanto deveríamos criar um histórico de passagens e sentimentos e sensações e... amor. Odeio a noite e o efeito de cansaço que ela nos causa, odeio ter de esperar o dia seguinte, preferiria permanecer no agora, no agora sempre, no agora eterno. Enquanto somos um todo. Enquanto somos separados amores de um só amor. Enquanto só nós sabemos o significado de nossos escritos, desenhos e arquiteturas secretas na areia, no mar, nas árvores, no mundo. Enquanto sabemos a quem pertencemos. Enquanto ainda é sempre e só e somente e único e unicamente e eterno e eternamente e nosso amor.